Itaú Unibanco acelera desenvolvimento do Pix na nuvem AWS
2022
O Itaú Unibanco possui hoje a maior implementação de Pix do país, chegando a processar 20,9 milhões de transações diárias. Criado pelo Banco Central do Brasil, o serviço está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e sua operação é autorizada em mais de 700 instituições. Para atender os prazos determinados pelo Bacen para sua implementação, e a escalabilidade exigida pelo serviço, o Itaú fez 100% do desenvolvimento na nuvem AWS.
Aproveitando as instâncias sob demanda e elasticidade da AWS, atingimos 80% de redução de custos no processamento da transação de pagamento via Pix quando comparado com outras formas de pagamento”
Desafio
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, criado pelo Banco Central (Bacen) entrou em operação em novembro de 2020. Entre o anúncio da regulamentação e a data prevista para sua entrada em operação, o Bacen dava às instituições financeiras 10 meses para o desenvolvimento do serviço, da infraestrutura à interface com o cliente.
Além do prazo, o Bacen estabelecia uma série de requisitos para a colocação do serviço em operação, como garantir que o tempo de execução de cada transação fosse extremamente baixo, manter a disponibilidade da aplicação em > 99,7% durante todos os dias da semana, 24h por dia, e garantir que não haveria a possibilidade de fraudes. “Falávamos de enviar um pagamento instantâneo em 1,5 segundo em 99% dos casos”, lembra o diretor do Itaú Unibanco, Rodrigo Dantas, ressaltando as dúvidas existentes em relação ao projeto e prazos propostos.
O executivo lembra que, na época, todo o core bancário do Itaú Unibanco estava baseado na plataforma mainframe, uma plataforma utilizada pelo banco há muitos anos e dominada pelos profissionais de TI da instituição. “Chegamos a estudar a possibilidade de desenvolver a solução em mainframe, mas havia o desafio de planejar a escalabilidade e o custo de manter o processamento de toda essa plataforma”, revela.
Ao mesmo tempo, o banco já vinha em um processo de transformação digital, modernizando sua plataforma e impulsionando a experimentação de novos modelos. Naquele momento, mais que uma demanda regulatória, o Pix foi encarado como uma oportunidade de desenvolver algo com resiliência, segurança, desempenho e baixa latência em uma arquitetura moderna.
O superintendente de sistemas do Itaú Unibanco, Ricardo Machado, lembra que naquele momento o banco tinha nas mãos um projeto muito grande, com prazo curto e um escopo dinâmico. “Pensamos em ir para a nuvem muito em função da elasticidade e facilidade de ferramentas, mesmo sabendo que ainda precisaríamos conversar com o mundo mainframe”, afirma.
Rodrigo reforça a decisão, lembrando que a manutenção do projeto no ambiente do banco exigiria seu dimensionamento pelo pico de processamento. Outro ponto, destacado pelo especialista em engenharia de TI da instituição, Alexandre Cadima, é que o investimento exigido para essa infraestrutura em mainframe cobriria cerca de cinco anos de consumo de nuvem. “Além disso, seria muito complicado acompanhar a curva de crescimento, o que exigiria um investimento grande em equipamento”, diz.
Veio daí a decisão de desenvolver o primeiro projeto de solução missão crítica do Itaú em nuvem. “Decidimos usar o ambiente de nuvem como um facilitador para atender os prazos propostos pelo Bacen. A decisão foi tomada nesses princípios, escalabilidade, facilidade de desenvolvimento e custo, com gestão simplificada”, diz Rodrigo. Faltava definir o provedor.
Por que AWS
No processo para a escolha de uma nuvem pública, o time do Itaú avaliou uma série de fornecedores. “Dentro das discussões do que poderia ser aproveitado de ferramental e suporte para desenvolvimento do Pix, o pacote da AWS era mais o aderente à solução que estávamos buscando”, explica Rodrigo. O executivo destaca que, depois de 30 anos operando com mainframe, a escolha trazia o desafio adicional de manter o time, aprender como fazer e realizar da melhor forma.
Naquele momento, o time responsável pelo projeto era composto por 12 profissionais, com apenas um experiente em projetos AWS. “O fato é que, mesmo não tendo conhecimento pleno, conseguimos aprender muito rapidamente. A curva de aprendizado foi acelerada e a parceria com a AWS foi fundamental. Colocávamos pessoas da squad para fazer capacitação e tínhamos o apoio dos arquitetos da AWS para tirar nossas dúvidas”, destaca Ricardo, lembrando que, ao mesmo tempo, trabalhar com a nuvem AWS foi um chamariz para profissionais.
Esse time passou a contar com o arsenal de mais de 200 produtos da AWS, além de uma troca constante de experiências e conhecimentos. Alexandre explica que, para cada requisito, limitação, problema ou novas regulamentações do Bacen, eram realizadas discussões ricas e construtivas com toda a equipe, votação das ideias mais promissoras e teste das hipóteses. “Afinal, como os serviços estavam disponíveis on demand, não precisávamos esperar um tempo enorme para aquisição da infraestrutura e só testarmos lá na frente. Em alguns cliques nossas hipóteses estavam prontas para serem testadas”, afirma.
Foi deste processo que surgiu a versão da arquitetura utilizada, com os principais serviços que suportariam tudo o que seria implementado. “Aqui, vale destacar um ponto incrível sentido por toda a equipe: conseguimos encaixar o produto/tecnologia no problema/requisito, e não o contrário. Essa foi uma experiência fantástica, já que as limitações de soluções pareciam não existir”, diz Alexandre.
A elasticidade da nuvem permitiu que o Itaú construísse a arquitetura combinando serviços serverless como AWS Fargate, AWS Lambda e Amazon Simple Notification Service (Amazon SNS) com serviços gerenciados como o Amazon Kinesis. Esta arquitetura baseada em eventos é hoje responsável por 20% do volume financeiro transferido via Pix:
Resultados
Com uma média diária de 15 milhões de transações, o Pix é hoje o meio de pagamento mais utilizado pelos clientes pessoa física do Itaú Unibanco, representando 97% das transações efetuadas e mais de 70% dos valores transferidos. Rodrigo lembra que existem ainda os volumes indiretos, já que passam pelos sistemas do banco também as transações Pix realizadas por terceiros, como o cartão iti, o Magalu e o iFood, entre outros.
“Em termos de mercado, somos o único banco tradicional com a solução 100% em nuvem. Todos os outros têm pedaços que se relacionam com mainframe ou totalmente mainframe”, ressalta, lembrando que os novos bancos digitais rodam em nuvem, mas não com a mesma cesta de variações do Pix do Itaú. “Corremos com o nosso Pix e o de terceiros, implantados simultaneamente em todos os canais”, afirma Rodrigo.
Além disso, o Bacen definiu níveis de serviço que as instituições devem atingir ao oferecer o serviço aos seus clientes, todas elas cumpridas com folga pelo banco, tais como a disponibilidade de 99,97% alcançada em função da disponibilidade dos serviços da AWS. Com esses percentuais, o Pix do Itaú vem recebendo a avaliação máxima – nota A - em rating pelo Branco Central desde o seu lançamento.
A redução de custos de 75% também foi alcançada pelo uso do AWS CloudHSM em vez de um terceiro inicialmente considerado. “Aproveitando as instâncias sob demanda e elasticidade da AWS, atingimos 80% de redução de custos no processamento da transação de pagamento via Pix quando comparado com outras formas de pagamento”, comemora Rodrigo, lembrando que menos de um ano após o go-live, o Amazon DynamoDB alcançou bilhões de itens sem afetar a latência que permanece abaixo de 6 ms tanto para GET quanto para PUT.
Próximos passos
A evolução do Pix está prevista no calendário desenvolvido pelo Bacen mas, em paralelo, o Itaú Unibanco vem trabalhando em melhorias que tragam mais comodidade aos seus clientes. “Quando olhamos a aplicabilidade do Pix, temos um processo de criação de QR Code para pagamentos”, revela Rodrigo. O processo prevê que, em vez de passar o cartão, o usuário pode pagar uma conta com Pix utilizando um QR Code gerado.
“Quando olhamos o futuro, vemos que o Pix pode passar a ser usado para muitas outras coisas e o céu é o limite para isso”, conclui.
Sobre o Itaú Unibanco
O propósito do Itaú Unibanco é promover o poder de transformação das pessoas e a instituição faz isso por meio de uma agenda estratégica focada na centralidade do cliente e na transformação digital, baseada também na diversidade do povo brasileiro. Maior banco da América Latina, o Itaú Unibanco está presente em 18 países e conta com mais de 56 milhões de clientes, entre pessoas físicas e jurídicas de todos os segmentos, a quem oferece as melhores experiências em produtos e serviços financeiros. O Itaú Unibanco foi selecionado pela 21ª vez consecutiva para fazer parte do Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones (DJSI World), sendo a única instituição financeira latina do índice desde sua criação, em 1999.
Benefícios com AWS
- Média diária 15 milhões de transações processadas em nuvem;
- 97% das transações efetuadas e mais de 70% dos valores transferidos;
- Disponibilidade de 99,97% alcançada em função da disponibilidade dos serviços da AWS;
- O Itaú Unibanco está 30% e 50% abaixo dos limites estabelecidos pelo Bacen para envio e recebimento de transferências, respectivamente, para SLAs relativos a transações;
- Avaliação máxima em rating – nota A – pelo Banco Central desde o seu lançamento;
- Redução de custos de 80% no processamento da transação de pagamento via Pix;
- Latência abaixo de 6 ms tanto para GET quanto para PUT.
Serviços AWS utilizados
AWS Fargate
O AWS Fargate é um mecanismo de computação sem servidor e com pagamento conforme o uso que permite a você se concentrar em construir aplicações sem gerenciar servidores.
AWS Lambda
AWS Lambda le permite ejecutar código sin aprovisionar ni administrar servidores. Paga solo por el tiempo de cómputo que consume.
Amazon Kinesis
O Amazon Kinesis facilita a coleta, o processamento e a análise de dados de streaming em tempo real para obter dados em tempo hábil e reagir rapidamente a novas informações.
Amazon SNS
O Amazon Simple Notification Service (Amazon SNS) é um serviço de mensagens totalmente gerenciado para a comunicação de aplicação para aplicação (A2A) e de aplicação para pessoa (A2P).
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