Agibank reduz custo de nuvem em 44% com uso de instâncias spot e AWS Graviton

Criado há mais de 20 anos, o Agibank vem se especializando na oferta de produtos e serviços financeiros para melhorar a vida de milhares de brasileiros. Com esse propósito, a instituição atende hoje mais de 5 milhões de clientes, conta com mais de 5 mil colaboradores espalhados em 671 cidades do Brasil e vem registrando taxas de crescimento ano a ano acima de 127%.

Um dos focos da instituição é oferecer sempre a melhor experiência para o cliente, e parte dessa jornada conta com o suporte da nuvem AWS, entre outras tecnologias utilizadas na composição da infraestrutura crítica do banco. O uso da nuvem exige uma avaliação constante da infraestrutura e dos serviços contratados para garantir alinhamento com os cenários de negócio e controle de custos, processo que vem sendo realizada com o apoio da AWS, de quem o Agibank é cliente desde 2017.

Marcelo Alves, especialista em engenharia de cloud do Agibank, explica que, apesar do uso da nuvem da AWS, a independência técnica sempre foi uma premissa do banco. “Tínhamos a visão de que não podíamos ficar amarrados em nenhuma tecnologia de parceiros e tentávamos sempre ir para o open source”, lembra. Por essa razão, a instituição utilizava um gerenciador de kubernetes de um terceiro fornecedor para gerenciar seu ambiente na AWS.

“Em 2021, iniciamos uma frente de reestruturação e melhoria contínua da nossa arquitetura, reforçando o compromisso com escalabilidade, excelência operacional e autonomia tecnológica”, revela. Um dos passos aqui foi procurar a AWS para entender o que poderia ser melhorado no ambiente, com foco em otimização de custos e melhoria no desempenho. O time de cloud foi apresentado ao Amazon Elastic Kubernetes Service (Amazon EKS), um serviço que automatiza o gerenciamento da infraestrutura de clusters do Kubernetes.

“Depois da apresentação, constatamos que a migração do serviço que usávamos para o Amazon EKS traria uma economia de 4,44% em nosso custo total”, lembra.

Com a constatação, o Agibank iniciou um processo de migração que foi realizada em etapas, entre 2022 e 2025. Ao longo de 2022, os times do banco e da AWS trabalharam na definição da arquitetura do Amazon EKS, bem como na arquitetura do portal do desenvolvedor e nas mudanças nos processos de desenvolvimento interno. A migração das aplicações para o Amazon EKS começou, de fato, em janeiro de 2023.

Alves lembra que, na mesma época, seu time participou de um evento da AWS em São Paulo, quando foram apresentados aos processadores AWS Graviton e ao utilizando Karpenter usando instâncias spot “Assim que entendemos o funcionamento da solução, decidimos adotar o modelo para otimizar custos e melhorar a performance”, afirma. Com isso, em junho de 2023 o ambiente de produção foi migrado para utilização do Karpenter com instâncias spot e AWS Graviton. Em dezembro do mesmo ano, foram migrados os ambientes de desenvolvimento, homologação e qualidade.

Thiago Dutra, também especialista em engenharia de cloud do Agibank, lembra que ao longo deste processo, a área de desenvolvimento do banco teve que alterar seu pipeline, realizando projetos nas duas plataformas. “Com o tempo passamos a oferecer por padrão o desenvolvimento somente em ARM”, revela.

O processo de migração das aplicações do Agibank para os novos clusters foi totalmente concluído em janeiro de 2025, quando o time de desenvolvimento passou a contar com dois clusters por ambiente, ao invés de apenas um na arquitetura anterior.

Com a adoção da nova arquitetura, o Agibank obteve uma série de reduções de custo. De acordo com Alves, a adoção do Amazon EKS trouxe uma economia de 32% nos custos de nuvem. “Quando migramos para o Karpenter, foram mais 12%. No final, conquistamos uma redução de 44% em relação ao modelo anterior”, comemora.

O especialista conta que, com a migração, os custos de nuvem permaneceram iguais enquanto o número de usuários crescia exponencialmente. Entre 2022 e 2024, o número de usuários do Agibank cresceu seis vezes, enquanto os workloads aumentaram 20% — e, ainda assim, os custos de infraestrutura permaneceram estáveis. “Elevamos o custo do cluster a partir de março porque a criação do empréstimo CLT demandou serviços extras para a área de empréstimos, muitos deles bem grandes”, diz, lembrando que o avanço na infraestrutura permitiu ao Agibank capturar de forma ágil a oportunidade do novo crédito consignado privado, liderando o mercado nas primeiras semanas após o lançamento, com cerca de 10% do volume originado - movimento sustentado por uma arquitetura escalável, resiliente e proprietária

Dutra complementa, lembrando que houve ganhos também na segurança do ambiente. “Hoje cada aplicação trabalha com os recursos do Amazon EKS de vínculo com o service account. Isso foi um ganho muito grande”, diz. Na prática, estes recursos permitem que contas de serviço do Kubernetes sejam associadas a determinadas funções, concedendo permissões específicas para acesso.

Alves explica que hoje o Agibank conta com um portal onde seus desenvolvedores pedem templates específicos para seus projetos. “Qualquer tipo de permissão que ele precise dentro da AWS, passa pelo portal, utilizando uma esteira de aprovação. O resultado é um controle mais rigoroso e transparente sobre o acesso de cada serviço aos recursos da AWS”, comemora.