Unicred leva processamento de cartões para infraestrutura AWS

Em operação desde 1989 a Unicred é uma instituição financeira criada no Rio Grande do Sul para atender, inicialmente, profissionais de saúde. Com o tempo sua atuação tornou-se mais abrangente e hoje a cooperativa oferece os mesmos serviços dos bancos tradicionais, de conta corrente a cartões de crédito. Em 2019, a instituição decidiu lançar seu cartão próprio, projeto que já nasceu na nuvem AWS.

A Unicred é uma instituição financeira cooperativa que surgiu em 1989, no Rio Grande do Sul, com origem na área médica e profissionais da área da saúde, atuando hoje de forma mais abrangente. Hoje a instituição oferece os mesmos produtos e serviços dos tradicionais bancos, como: conta corrente, linhas de crédito e financiamentos, cartões, seguros, previdência, entre outros, mas com as vantagens de uma cooperativa de crédito.

Durante anos eles trabalharam com cartões de terceiros, mas em 2019 veio a decisão de lançar seu cartão próprio em parceria com a Visa. O gerente de produtos e tecnologia de cartões e loyalty da Unicred, Alessandro Antonio Guzzo, lembra que o projeto nasceu da necessidade da instituição obter maior controle e autonomia da operação. “Além disso, com um cartão próprio, ampliaríamos a rentabilidade do produto, teríamos acesso a informações sobre o comportamento de nossos cooperados e ampliaríamos as possibilidades de inovação”, lista.

O executivo lembra que uma das premissas do projeto é que ele já deveria nascer em uma estrutura em nuvem, utilizando toda a disponibilidade e os serviços oferecidos pelo provedor. “Queríamos uma infraestrutura em nuvem, com segurança certificada e as melhores tecnologias em meios de pagamento”, explica.

Guzzo lembra que, desde 2017, a Unicred vinha mantendo contato com a AWS em discussões sobre a jornada digital da cooperativa e uma possível migração da totalidade de sua estrutura para a nuvem. “Já havia uma conversa sobre isso e ela evoluiu. Com a AWS, nosso cartão já nasceria usando o know how deles com o mercado financeiro e seria nosso primeiro passo no caminho para a nuvem”, revela.

Além disso, pesaram na escolha diferenciais como o portfólio; o ecossistema de parceiros e produtos; a abrangência dos requisitos de segurança e conformidade; o expertise com clientes do setor financeiro e a proposta financeira. “Também contou muito a qualidade e a maturidade da estrutura da AWS no Brasil, assim como a qualificação do time, dos processos e das ferramentas de migração”, reforça.

Iniciado em setembro de 2019, o projeto durou sete meses e envolveu 70 profissionais de diversas áreas, cerca de 15 fornecedores diretos e o trabalho constante da BModal Innovative, SouthSystem, Guerreiro e Cia. Consultoria, Zallpy e DBC Company. Em setembro de 2020 o cartão foi lançado e hoje está disponível no mercado em cinco diferentes versões. “Estes prazos não seriam factíveis em uma estrutura on-premises, com uma solução tradicional”, destaca.

Hoje, utilizando a infraestrutura AWS, a Unicred processa pagamentos de mais de 100 mil cartões de cooperados, utilizando serviços de containers como o Amazon Elastic Kubernetes Service (Amazon EKS); monitoramento com o Amazon CloudWatch; bancos de dados com o Amazon Relational Database Service (Amazon RDS) e Amazon DynamoDB; computação serverless com AWS Lambda e instâncias do Amazon Elastic Compute Cloud (Amazon EC2), compostos na seguinte arquitetura:

“Esta arquitetura permite que as transações ocorram em tempo real, e que a Unicred possa crescer em termos de quantidade de cartões sem necessariamente crescer a infraestrutura, pois se trata de um ambiente em containers e o escalonamento horizontal destes recursos consome poucos recursos de infraestrutura”, comenta Guzzo.

Um dos primeiros benefícios do projeto identificado por Guzzo é o posicionamento da Unicred, agora parte do rol das instituições financeiras que têm iniciativas em nuvem. “É o primeiro passo de nossa jornada digital e garante a continuidade do negócio Unicred no futuro. Por isso era estratégico estar na nuvem, onde podemos desenvolver e escalar de forma mais rápida”, diz.

Do ponto de vista de gerenciamento, ele destaca a economia trazida ao projeto, já que sua área não tem hoje o ônus de administrar uma estrutura física própria. “Hoje ter esse produto inteiro na nuvem custa entre US$ 3 mil e US$ 4 mil. Em uma estrutura on-premises, isso custaria quatro vezes mais. Em termos gerais, houve uma considerável redução de custos”, revela, lembrando que esta estrutura processa hoje cerca de 1,5 milhão de transações mensais.

Do ponto de vista do cliente, a nova estrutura possibilita a oferta de um produto com alta disponibilidade e sem falhas. Além disso, contar com tecnologia de ponta traz uma série de funcionalidades como aplicativo para gestão do cartão; cartões com  chip; cadastro de senha no app de cartões; realização de transações por aproximação; envio ilimitado de SMS a cada movimentação; e compatibilidade com as carteiras digitais Samsung Pay, Apple Pay e Google Play.

Luis Schuler, diretor de produtos e tecnologia (CTO) da Unicred, afirma que a tecnologia está transformando as relações e que a computação em nuvem é fundamental para acelerar a transformação digital. Nesse contexto, o projeto dos cartões representou a porta de entrada da Unicred. “A partir desse projeto começa nossa jornada para a nuvem como um todo. Vamos levar a estrutura da Unicred para a nuvem, começando pelos ambientes de homologação e testes, seguindo pela parte de produção. Teremos um ambiente híbrido e multi-cloud”, diz, lembrando que, atualmente, qualquer novo produto da cooperativa já nasce dentro da AWS.