Banco Itaú automatiza processo e aumenta a velocidade de criação de contas AWS em mais de 4.000%

Ao adotar a estratégia de modernização e migração de aplicações críticas para a nuvem publica, a área de Engenharia de Cloud do Itaú Unibanco estabeleceu como objetivo prover Cloud AWS como autosserviço para as áreas de Engenharia consumidoras da plataforma. Utilizando a abordagem de micro segmentação de contas, um dos desafios envolvidos era a automação do processo de criação de contas. No início esse processo levava em média 60 horas e, com o apoio da AWS, a instituição financeira conseguiu automatizar 100% do processo de criação de contas, reduzindo seu prazo para 1h20.

Com presença em 18 países e mais de 56 milhões de clientes, o Itaú Unibanco é hoje a maior instituição financeira da América Latina. Parte da estratégia de crescimento do banco tem sido baseada no uso intensivo de computação em nuvem e, para que ele seja mais efetivo, desde 2019 a instituição conta com uma área de Engenharia de Cloud.

De acordo com um dos coordenadores da área, Bruno Conrado Santos, a Engenharia de Cloud atende hoje todas as comunidades de entrega da instituição, tais como, canais, cartões, empréstimos e negociações, entre outros. “Estas áreas criam contas para modernizar aplicações, evoluir ou criar novos produtos bancários” explica, lembrando que, para cada novo produto ou migração, é necessária a criação de um novo conjunto de conta AWS.

Outro coordenador da área, Douglas Johnny Garcia, explica que em determinado momento a área decidiu estruturar um condomínio de contas, onde as áreas usuárias pudessem contar com a plataforma AWS no modelo de autosserviço. “Tínhamos o objetivo de prover serviços AWS para o banco diretamente para as áreas usuários. Para isso, começamos a construir a plataforma para o banco utilizar, definindo forma de organização, quantidade de contas por produto etc. Fechamos um projeto de utilização e começamos a automatizá-lo”, diz.

Inicialmente, a plataforma era baseada em uma ferramenta interna de gestão de projetos ágeis que tinha uma função de Service Desk utilizada para fazer a solicitação de abertura de contas. Como a maior parte do processo era realizado manualmente, o SLA para a criação de uma nova conta era de cinco dias. “Eram várias peças de lego que tinham que ser configuradas uma a uma. Isso levava muito tempo”, lembra Douglas.

Com a ampliação do uso da nuvem dentro do banco, havia momentos em que todo o time da área de Engenharia de Cloud estava atendendo chamados de abertura de novas contas. O desenvolvedor solicitava a abertura da conta e a equipe começava a operacionalizar isso. Além do prazo de cinco dias para a abertura, o processo estava sujeito a erros: 95% das contas solicitadas tinham algum tipo de erro. “Decidimos que era preciso automatizar todo o processo”, lembra.
 

Em maio de 2020 foi criado um grupo de trabalho que iria desenvolver a automação do processo. As demandas foram divididas pelos times envolvidos – Front.Cloud, DevOps, Segurança e Foundation – e uma das primeiras medidas foi a migração do relacionamento com o usuário de uma ferramenta service desk para um portal de autosserviço.

Segundo Douglas, começou a nascer aí a segunda versão da plataforma de automação de contas AWS do Itaú Unibanco, chamada Vending Machine. Nessa primeira evolução, o tempo de criação de uma nova conta caiu de cinco dias para 30 horas. Além do SLA, os erros também foram reduzidos e o processo manual só era utilizado quando eles ocorriam. “Com isso conseguimos um pouco mais de escala e passamos a monitorar as chamadas para entender o cenário de erros”, explica Douglas.

Bruno explica que, naquele momento, não era possível saber se o tempo de abertura de conta, embora menor, estava bom ou ruim. “Entramos em contato com o pessoal da AWS para saber como estávamos, porque o processo gerava impacto no nosso cliente, que precisava entregar projetos rapidamente”, diz, lembrando que, naquele momento, com o monitoramento de erros, a média havia caído para 14 horas. “Ali decidimos que íamos fazer em 3 horas”, diz.

Para atingir o objetivo, a equipe de Engenharia de Cloud passou a direcionar o desenvolvimento da Vending Machine visando escala através do assincronismo entre automações. Uma das medidas adotadas foi desacoplar o processo de criação da conta do processo de implementação da governança. Assim, a cada conta criada, automações assíncronas eram executadas para construir todo o arcabouço do Itaú . “Cada conta AWS, levava de 30 a 40 minutos para ser criado e isso gerava problemas exponenciais em fila”, diz Douglas. Essa constatação levou o time a trabalhar nos detalhes que estavam impactando a plataforma.

“Tivemos alguns contatos com especialistas AWS e identificamos que a construção da conta era um processo que demorava muito. Havia contas que levavam 10 horas para iniciar o processamento”, lembra. A solução encontrada foi a paralelização da criação da conta, processo que antes era sequencial. Além disso, todo o ambiente foi reconstruído para ficar mais leve, permitindo a utilização da Vending Machine, que hoje é suportada por serviços como AWS Service Catalog; AWS CloudFormation; AWS Lambda; AWS Step Functions; Amazon Simple Notification Service (Amazon SNS); Amazon Simple Queue Service (Amazon SQS); e AWS Organizations.

“A AWS nos ajudou no case, fazendo uma pesquisa de mercado e trazendo informações que nos posicionaram frente a outras empresas”, afirma Bruno. Ao todo, foram três meses de trabalho em grupo, que resultou em um novo processo de criação de contas AWS.
 

Hoje a área de Engenharia de Cloud consegue criar uma nova conta AWS em apenas 1h30, o que representa um aumento de velocidade de 4.715% no tempo de criação em relação ao processo manual. Isso graças a automatização de 100% do processo de criação de contas e à alteração do build de uma para duas contas simultaneamente, além de modernização do código baseado em eventos. Para isso, o processo envolveu quatro squads e 44 passos de configuração para finalizar a criação da conta.

Douglas ressalta também que hoje esta nova arquitetura permite ao seu time plugar qualquer automação rapidamente para entrada no baseline de contas. “Se há uma necessidade de backup, por exemplo, conseguimos plugar isso dentro de nossas automações. Esses 44 passos podem evoluir conforme a necessidade, tudo isso em paralelo. Isso nos garante esse desempenho”, diz.

Levando em conta o prazo necessário para contar com uma aplicação disponível na AWS, este caiu de 11 dias para 3 horas. Do total de 11 dias, cinco dias eram dedicados somente à criação da conta. “Também saímos de 95% de falhas para cerca de 5%. Hoje 95% das contas são provisionadas sem problemas”, revela.

De acordo com os coordenadores, a plataforma é hoje um hub de configuração e de qualidade dos produtos. Ela implementa toda a arquitetura de rede, todos os guard rails de segurança etc. e entrega a conta pronta para o projeto fazer o desenvolvimento de seu produto, que chega mais rápido ao cliente final. “Isso só foi possível por conta da integração e do trabalho de todos como um time só. Foram 4 squads trabalhando em conjunto para fazer acontecer essa melhoria que ajuda os usuários”, diz Bruno.