Wakke Class usa infraestrutura AWS para viabilizar aulas durante a pandemia

Criada com o objetivo de atender à demanda do setor educacional por salas de aulas online, a Wakke Class nasceu dentro da Escolaweb, empresa especializada em sistemas de gestão para escolas. A necessidade de contar com um ambiente que pudesse crescer acompanhando a utilização da solução, aliada ao controle de custos necessário a uma empresa em início de operações, levaram à escolha da infraestrutura da AWS para a viabilização de seu lançamento.

A Escolaweb atua há mais de dez anos no mercado de software para educação, sempre com foco na transformação do setor por meio da tecnologia. Com esse objetivo, a empresa desenvolveu um sistema de gestão completo, pensado para as necessidades de gerenciamento escolar e dos professores, incluindo os diários acadêmicos. Diante de uma demanda crescente de seus clientes durante a pandemia de Covid-19, a Escolaweb iniciou o desenvolvimento de uma plataforma de sala de aula digital, com foco na produtividade e engajamento dos alunos.

A fundadora da Escolaweb, Claudia Fuzer, lembra que a pandemia foi um divisor no setor educacional. “Era desesperador ver o conservadorismo e a resistência à mudança do setor educacional. Nem todo mundo fazia uso das ferramentas que oferecíamos ou dava o devido valor a elas. De uma hora para outra isso virou uma urgência e uma necessidade. Ficamos muito à vontade para fazer algo”, lembra.

A primeira ideia foi fazer um reparo no sistema de gestão já existente para atender um pouco melhor à demanda por aulas online e trabalho remoto. “Mas vimos que não seria suficiente. Sentimos que era preciso criar algo novo, porque nossas soluções eram muito amplas e ali precisávamos de algo mais objetivo, que qualquer pessoa leiga pudesse bater o olho e em pouco tempo começar a usar. Isso nos levou a desenvolver uma solução do zero”, diz.

 O resultado deste esforço foi a Wakke Class, que partiu de algumas premissas básicas, como a necessidade de engajar os alunos, motivando-os e fornecendo ferramentas de monitoramento para os professores; a facilidade para que escolas montassem seus ambientes online com poucos cliques; e preço acessível, que permitisse que a solução fosse levada ao maior número possível de escolas.

Para o gerente de TI da Escolaweb, Gabriel Roque Siqueira Nogueira, essas premissas tornavam fundamental que a plataforma já nascesse em nuvem, o que garantiria principalmente a simplicidade de operação e a acessibilidade.

Nogueira lembra que a Escolaweb já era cliente da AWS, para onde vinha migrando suas cargas de trabalho desde 2018. “Nossa empresa estava crescendo muito e precisávamos de um ambiente escalonável e com alta disponibilidade. Além disso, começamos a ter problemas de acesso a nossas aplicações por conta do alto volume de requisições em nossos backend e frontend”, lembra.

Neste movimento, a Escolaweb migrou seu backend para máquinas criadas no Amazon Elastic Compute Cloud (Amazon EC2) e AWS Auto Scaling o que, segundo o executivo, garantiu desempenho e disponibilidade a um custo ajustado conforme a demanda da companhia. A Escolaweb também utilizou o Amazon Relational Database Service (Amazon RDS) para suas cargas de trabalho. “Depois destas experiências positivas começamos a migrar toda a nossa estrutura para a AWS”, lembra.

Diante do histórico do relacionamento, a decisão de criar a Wakke Class diretamente na estrutura da AWS foi natural. “Quando me apresentaram a ideia da plataforma, com seus objetivos e premissas, a AWS foi a primeira que veio à minha cabeça. Para atingirmos todos nossos objetivos precisávamos de uma aplicação com arquitetura 100% AWS por conta da disponibilidade, escalabilidade, gestão de custos e da gama gigantesca de soluções prontas que podíamos aplicar em nossa solução acelerando e simplificando seu desenvolvimento”, ressalta.

Nogueira lembra que a escalabilidade era um ponto importante, já que a ideia era começar uma pequena operação, mas já com a meta de chegar a 100 mil usuários no final de 2020 e 300 mil usuários no final de 2021. O ponto de partida seriam as cerca de 1,2 mil escolas da base de clientes da Escolaweb, que totalizam hoje mais de 250 mil usuários, e a oferta gratuita da plataforma até o final de dezembro de 2020.

Lançada em agosto de 2020 a Wakke Class tem hoje sua arquitetura 100% AWS. Entre os principais serviços utilizados pela plataforma estão, por exemplo, a hospedagem do site estático no Amazon Simple Storage Service (Amazon S3), também utilizado para armazenamento de mídias. Já o backend utiliza servidores Amazon EC2 com Elastic Load Balancing e AWS Auto Scaling. A estrutura utiliza ainda AWS Lambda, Amazon CloudWatch, Amazon Route 53, Amazon CloudFront, Amazon RDS, Amazon Aurora e Amazon Simple Email Service (Amazon SES), integrados na seguinte arquitetura:

Com este desenho, a Wakke Class chegou, em dois meses de operação, a 39 escolas, com uma média de 20 mil usuários. Nogueira lembra que a plataforma foi colocada no ar em apenas três meses, em um trabalho realizado por sua equipe, que hoje conta com cerca de 20 profissionais. “Até pensamos em terceirizar, mas o pessoal aqui tem sede de conhecimento. Aqui temos muita liberdade para trabalhar. As ideias das soluções junto com a AWS vem de todos os lados. Nos concentramos muito na gestão de custos”, diz.

Em novembro, a plataforma ganhou um desdobramento, com o lançamento da Wakke for the Teachers, que pode ser adquirida diretamente por professores. Para Claudia, as duas modalidades deverão ainda ser muito utilizadas ao longo de 2021. “Os desafios ainda serão grandes, mas os professores que surfaram a onda digital poderão utilizar a ferramenta para oferecer aulas de reforço. A ideia é dar proximidade, o professor ter certeza de que ofereceu a atividade e que a pessoa do outro lado acessou, fez, postou dúvidas. 2021 ainda vai exigir esse tipo de ensino, porque as pessoas estarão desniveladas”, prevê, lembrando que o objetivo é dar aos professores a autonomia para que possam desenvolver e oferecer cursos complementares ao currículo escolar.

“Este planejamento é possível porque hoje só nos preocupamos com a aplicação, sem a necessidade de pensar em infraestrutura. Além disso, a identidade que nosso time tem com a AWS é tão valiosa quanto as soluções que a gente utiliza. Temos muitos desafios e eu vejo que nosso time sempre tem recebido apoio da AWS. Isso é sucesso de verdade”, afirma Claudia.

De acordo com Nogueira, o fato de construir a plataforma Wakke Class diretamente na estrutura AWS trouxe uma série de benefícios, principalmente em relação à gestão de custos com infraestrutura cloud, disponibilidade e desempenho de aplicativos. “Considerando o cenário atual, se não fosse o apoio da equipe da AWS e a plataforma em si, provavelmente meu custo hoje com infraestrutura seria no mínimo 30% maior”, calcula.

O executivo cita outras métricas, como a redução de 40% nos gastos com armazenamento, graças ao pagamento por uso do Amazon S3. No backend, Nogueira afirma que o uso integrado do Amazon EC2 com ELB e AWS Auto Scaling, além de garantir a alta disponibilidade dos aplicativos, trouxe uma economia de 31%.

Com a entrada em operação da plataforma, a Escolaweb prepara agora sua evolução. De acordo com Claudia Fuzer, em 2021, tanto a Wakke Class quanto a Wakke for the Teachers deverão contar com funcionalidades de meio de pagamento, contratação automática e cancelamento de assinatura. “Tudo isso estará disponível a partir de fevereiro. A partir daí, vamos pegar outras frentes que temos dentro do Escolaweb e migrar para o formato Wakke. A Escolaweb já tem dez anos e precisa passar por uma reformulação”, diz, revelando que a Wakke Class vai passar a se conectar com outros serviços do sistema de gestão, como ambientes de matrícula, por exemplo.

Segundo Nogueira, estes novos serviços serão desenvolvidos em containers. “Vamos evoluir nossa aplicação para trabalhar com o Amazon Rekognition e o serviços de notificações para aplicativos. Em 2021 desenvolveremos uma gama de aplicativos complementares ao Wakke Class e serão todos hospedados na AWS. Outro objetivo para o próximo ano é começarmos a trabalhar com em Data Science e machine learning para aumentar os resultados das nossas aplicações e manter o engajamento dos nossos usuários”, diz.