Estrutura em nuvem AWS permite à Quasar levar serviços a pequenos municípios

Criada em 2019, a Quasar é uma consultoria especializada no desenvolvimento de softwares de gestão pública. No início de 2021, a empresa fechou um grande contrato com o governo de Minas Gerais, que representou crescimento e, ao mesmo tempo, o desafio de adequar seus preços para que pudesse levar suas soluções a municípios com até 20 mil habitantes. Com o apoio da AWS, a Quasar conseguiu redesenhar sua arquitetura, reduzindo seus custos em 90% e deixando-a pronta para atender este novo público.

A Quasar foi fundada em 2019 com foco no desenvolvimento de sistemas que atendessem a área pública. Seu CEO, Lucas Guimarães, lembra que esta é uma demanda ainda hoje existente no mercado e que, naquele momento, ele e sua equipe acreditaram ser a hora de desenvolver seus próprios sistemas.

Inicialmente a operação da Quasar foi garantida por um acordo com o parceiro, o que permitiu que ela utilizasse a infraestrutura de seu data center. “Entramos em 2020 com um ritmo acelerado de crescimento e vimos que era hora de contarmos com nossa própria infraestrutura. Iniciamos ali a busca de um provedor de cloud”, lembra.

Em 2020, a Quasar passou a contar com os serviços da iMasters, que utilizava a nuvem AWS para fornecer infraestrutura para operação da companhia. “Esse contrato veio por indicação da própria AWS depois de avaliarmos uma série de outros fornecedores”, explica Guimarães. No mesmo ano, a Quasar recebeu uma rodada de investimentos, o que lhe permitiu ampliar o desenvolvimento de suas soluções.

Até o início de 2021, a Quasar continuou utilizando a infraestrutura AWS com a assessoria da iMasters até o fechamento de um grande contrato com o governo estadual de Minas Gerais. “O projeto nos traria grande crescimento, mas exigia que redesenhássemos nossa arquitetura com o objetivo de reduzir custos. Como íamos atender pequenos municípios de até 20 mil habitantes, era preciso reduzir nossos custos em 90% para que nosso serviço fosse acessível a este público”, diz.

Chamado SEED/MG, o projeto contrato prevê a implementação de soluções de TI em cerca de 80 cidades simultaneamente, cada uma delas pagando mensalidades de R$ 3 mil pelo serviço. “São cidades extremamente carentes de tecnologia e precisávamos reduzir os custos para atender esta demanda”, lembra Guimarães.

A escolha da Quasar se deu após uma prova de conceito realizada com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que é o responsável pelo auto de liberação de vistoria de segurança das empresas. A solução integra os dados federais e estaduais aos processos municipais de abertura, alteração e encerramento de empresas. Ao integrar os dados e vincular às legislações municipais, a solução gerencia todo o processo municipal para liberação de alvarás e licenças.

Antes da solução a taxa de coleta era de 3% e, com a primeira POC, esse percentual aumentou para 71%. Da POC em três município foi iniciada uma fase de expansão do projeto para mais 97 municípios. O tempo médio de obtenção das documentações para liberação de alvarás foi reduzido em 3 dias. Dependendo do risco da atividade, estas prefeituras passaram a disponibilizar a inscrição municipal, o alvará de localização, de funcionamento e todas as licenças em 15 minutos após a obtenção do CNPJ, reduzindo o prazo do processo como um todo em cerca de 90%.

Com o sucesso da prova de conceito e o fechamento do contrato, tornou-se fundamental reduzir os custos de operação e, com isso, o redesenho da arquitetura utilizada pela Quasar. “Conseguimos essa consultoria da AWS para reescrever a infraestrutura de nossos sistemas para reduzir os custos e chegar a essa meta, o que tem nos permitido atender o governo de Minas com essas cidades de menor porte com serviços que já oferecíamos a cidades de médio e grande porte”, explica o CEO, lembrando esse trabalho levou a Quasar a um relacionamento direto com a AWS.

Guimarães explica que este trabalho permitiu uma redução de 90% dos custos da empresa. “Hoje nós utilizamos muitos serviços. Na arquitetura antiga, o grande custo era a infraestrutura. O novo desenho nos permitiu automatizar o atendimento, mas a maior parcela de redução veio da utilização dos serviços AWS alinhados aos nossos serviços”, explica.

Para isso, hoje a infraestrutura da Quasar é sustentada por serviços como o Elastic Load Balancing; Amazon Elastic Kubernetes Service (Amazon EKS); Amazon Elastic Container Registry (Amazon ECR); Amazon Cognito; AWS Key Management Service (AWS KMS); Amazon Relational Database Service (Amazon RDS); Amazon Simple Storage Service (Amazon S3); AWS Lambda; Amazon Lex; Amazon Simple Queue Service (Amazon SQS); Amazon Simple Notification Service (Amazon SNS); Amazon Simple Email Service (Amazon SES); Amazon CloudWatch; e Amazon OpenSearch Service (sucessor do ElasticSearch Service).

Esta arquitetura tem permitido a Quasar implementar uma série de projetos, além do projeto SEED. Um exemplo é a integração de dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad), como parte do processo de municipalização dos licenciamentos ambientais. Guimarães explica que o estado já conta com 159 municípios que realizam o licenciamento, mas o estado tem dificuldade de acompanhar o que acontece com essas licenças. “Para isso, estamos integrando os dados desses municípios, criando um banco de dados único e entregando os dados para a Semad em tempo real. Antes, eles recebiam os dados uma vez por ano, em diferentes formatos”, diz.

Em outra frente, a Quasar está fechando uma parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, que vai permitir que 80 cidades utilizem suas soluções. Parte do programa Minas Livre para Crescer, estas cidades utilizarão a solução que operacionaliza alterações legislativas, entregando um resultado muito rápido do programa.

Guimarães lembra que as mudanças realizadas junto com a AWS permitiram que a Quasar reduzisse seus custos. Isso vai permitir, por exemplo, que até o final de 2022 a companhia atenda algo em torno de 300 e 350 cidades no estado de Minas Gerais, ampliando muito o processo de democratização do uso da tecnologia.

Além disso, contar com a infraestrutura da AWS tem ajudado a companhia a abrir outras portas. “Temos a meta de até o segundo semestre do ano que vem chegar a um faturamento de R$ 1 milhão/mês”, revela o CEO, lembrando que a Quasar também vem recebendo pedidos de aditivos contratuais para criar funcionalidades dentro de sistemas já implementados.

Nesse momento a Quasar está testando um novo serviço, chamado Armazém de Dados, que será utilizado para a consolidação de dados das administrações municipais. Pronto, ele vai expandir o uso dos serviços AWS pela empresa. O objetivo é captar dados, unificar a base e gerar os relatórios necessários. “Começamos esse serviço em Igarapé (MG) e estamos muito otimistas quanto à sua expansão”, diz.