Elementos da cultura de Dia 1 da Amazon

Mapear a transformação digital

Artigo | 10 minutos de leitura

Na alta administração, os executivos classificam a transformação digital como a maior prioridade. Pode ser surpreendente saber então que, apesar de ocupar o primeiro lugar, estima-se que quase 70% dos investimentos gastos em transformação digital sejam desperdiçados. Há vários motivos para as iniciativas de transformação não terem sucesso, mas um dos mais significativos é a equipe executiva não definir claramente os objetivos de transformação digital da organização desde o início. Como disse Albert Einstein: “Se eu tivesse uma hora para salvar o planeta, eu usaria 59 minutos para definir o problema e um minuto para resolvê-lo”.

A transformação digital não se refere somente à tecnologia. Trata-se de desenvolver continuamente a cultura e o envolvimento de uma empresa com os clientes. A tecnologia é apenas uma das peças desse quebra-cabeça. Empresas estabelecidas podem aproveitar a transformação digital para reinventar modelos operacionais e de negócios herdados, melhorar os recursos existentes ou desenvolver novos. Ao fazer isso, elas renovam continuamente as vantagens competitivas sustentáveis e entram em novos mercados ou setores. Organizações do setor público podem usar a transformação digital para melhorar a experiência dos cidadãos com os serviços governamentais e as formas como são prestados. Ainda, empresas nativas digitais podem usar a transformação para aumentar continuamente o ritmo de inovação. Tudo isso exige mais do que apenas a transformação tecnológica; exige também transformações operacionais e estratégicas para realizar as amplas mudanças culturais necessárias.

Os três aspectos da transformação

Quando os objetivos estão claros, as organizações conseguem mapear objetivos mais específicos para estes três aspectos interdependentes da transformação digital: tecnológico, operacional e estratégico.

1: Transformação tecnológica

Sobretudo para empresas estabelecidas, é provável que a primeira etapa de uma jornada de transformação digital concentre-se em adotar novas tecnologias e abordagens técnicas e, possivelmente, em liquidar a dívida técnica existente. Geralmente, essa etapa envolve a migração de workloads para a nuvem e a modernização de tecnologias herdadas. Embora este seja um esforço em grande parte focado na tecnologia, também exige mudanças nos recursos de TI e nos modelos operacionais existentes. Quase que imediatamente, as organizações que migram para a nuvem podem obter retorno por suas iniciativas, como redução do custo de propriedade, maior produtividade da equipe de TI, maior resiliência operacional e maior agilidade técnica. Estudos recentes com clientes da AWS revelaram um custo operacional 50% menor em cinco anos, um gerenciamento de infraestrutura de TI 47% mais eficiente, mais do que o dobro de recursos fornecidos por ano, uma redução de 69% no tempo de inatividade não planejado e 45% menos incidentes de segurança por ano.

Por exemplo, a empresa de viagens Expedia Group, que transferiu a maioria de suas aplicações essenciais e quase 20 anos de dados de seus datacenters on-premises para a nuvem, acelerou os pagamentos de fornecedores, economizou milhões de dólares e conseguiu escalar para lidar com centenas de milhões de visitantes do site por mês. A empresa de mídia global Discovery retirou seus datacenters on-premises usados para reprodução de conteúdo em canais de transmissão, a cabo e via satélite, migrando esses recursos para a nuvem para reduzir custos, melhorar a confiabilidade e acelerar a capacidade de implantar canais. Também a GE Aviation transferiu seus ambientes de desenvolvimento e produção para a nuvem, permitindo novas formas de compartilhar dados entre os dois ambientes, o que não era possível com sua estrutura on-premises. Com isso, a GE acelerou a inovação, sem negligenciar a segurança e a conformidade, e mudou o foco das equipes de TI das táticas de TI para a criação de valor.

2: Transformação operacional

Com a plataforma técnica certa instalada, a atenção volta-se para a otimização do modelo operacional da organização, em um esforço para se tornar mais orientada por dados. Os dados ajudam as organizações a validar rapidamente as direções estratégicas, minimizando riscos, e a acelerar o tempo de entrada no mercado de suas inovações recentes por meio de uma melhor tomada de decisão e da capacidade de prever resultados empresariais. As mudanças nos modelos operacionais podem incluir o uso de novas plataformas de dados e análise para obter insights acionáveis e melhorar a experiência do cliente ou o uso de machine learning para automatizar processos de negócios. É provável que esse aspecto da transformação seja mais complexo do que a transformação tecnológica, pois envolve mudanças em toda a empresa. Porém, os benefícios gerados pela melhoria da eficiência operacional, eficácia e agilidade provavelmente levarão a resultados empresariais acima do normal. Os clientes da AWS obtiveram 35% mais produtividade nas equipes de desenvolvimento de aplicações e um aumento de 29% no tempo dedicado à inovação.

 
Como exemplo contundente de como a transformação tecnológica, por sua vez, possibilitou mudanças operacionais, a United Airlines percebeu que, ao coletar e analisar dados da organização em tempo real, poderia criar o “aeroporto inteligente”, usando sensores de IoT e machine learning para melhorar a eficiência de suas operações de serviço terrestre, incluindo catering, abastecimento de combustível e prontidão de embarque, rastreamento e roteamento de bagagens e a viagem do cliente do início ao fim. Os novos modelos operacionais economizaram para a empresa USD 120 milhões, 1,3 milhão de horas de trabalho e reduziram as emissões em 7%. O Grupo Volkswagen também fez mudanças consideráveis em seus modelos operacionais em um esforço para transformar seus processos de fabricação e logística automotiva, aproveitar os recursos de IoT e machine learning para conectar sistemas em 120 fábricas, gerando um aumento de 30% na produtividade e EUR 1 bilhão em economia na cadeia de suprimentos ao aumentar a eficiência.

3: Transformação estratégica

O terceiro aspecto da transformação digital a ser considerado é a transformação estratégica: reinventar modelos de negócios. A reinvenção do modelo de negócios envolve reconsiderar como as organizações criam valor para o cliente e captam os lucros resultantes. Para as organizações cujos modelos de negócios atuais estão ameaçados ou tornaram-se insustentáveis, pode-se incluir o uso de tecnologias digitais para entrar em novos mercados ou setores. Para as que não estão ameaçadas, os modelos de negócios ainda podem ser desenvolvidos de modo a gerar maior valor para o cliente e inovar novos produtos e soluções que impulsionam a diferenciação, a vantagem competitiva e o valor no longo prazo, ao mesmo tempo em que aprofundam o envolvimento do cliente. É provável que essas mudanças exijam recursos de negócios novos ou aprimorados, o que, por sua vez, impulsiona a necessidade de mais transformação operacional e tecnológica.

A fabricante de software de design, engenharia e entretenimento Autodesk criou linhas de negócios inteiramente novas com base em sua evolução tecnológica e operacional. Migrar para a nuvem permitiu que a Autodesk entregasse seu software como serviço baseado em assinatura, com alta disponibilidade e a capacidade de lançar atualizações regulares e novos recursos. Com o tempo, a Autodesk percebeu o poder da nuvem para aumentar o trabalho de seus clientes e lançou novos recursos usando modelos de machine learning, inclusive um que ajuda os designers a organizar e classificar milhares de opções de design generativo e outro que pode ajudar a reconhecer modelos com base na semelhança visual. A empresa de serviços financeiros Goldman Sachs também aproveitou a nuvem para criar linhas de negócios totalmente novas, como um setor bancário voltado para o consumidor com USD 110 bilhões em depósitos de varejo, uma plataforma bancária de transações nativa de nuvem e o Goldman Sachs Financial Cloud for Data, um novo conjunto de soluções de dados e análise baseada em nuvem para instituições financeiras.

Embora a descrição desses três aspectos transformacionais possa parecer linear, a realidade é que são feitos de forma iterativa e conforme as necessidades e restrições da empresa. Raramente uma organização consegue abordar um aspecto em sua totalidade antes de passar para o próximo. Por exemplo, as pressões competitivas do mercado podem forçar a empresa a reinventar urgentemente seu modelo de negócios em uma transformação estratégica, exigindo novos modelos operacionais que, por sua vez, forçam a adoção de novas tecnologias.

Por onde começar: ter iniciativa

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Mapear cada um dos três aspectos da transformação digital pode parecer difícil, sobretudo quando visto junto com outras demandas da empresa que precisam ser gerenciadas em conjunto. Para muitas organizações, os benefícios de uma transformação digital são nítidos, mas dar o primeiro passo pode ser assustador. Mesmo com uma visão clara do futuro e um plano para chegar lá, é provável que haja várias incógnitas. O importante é começar a iniciativa. Ishit Vachhrajani, ex-CTO da A&E Networks e agora estrategista empresarial da AWS, expressou-se bem ao dizer: “Era muito importante não deixar que a ousadia de nossa visão e a dimensão dos esforços nos deixasse assoberbado. Precisávamos dar o primeiro passo, por mais que fosse incerto ou imperfeito”.

Ter iniciativa

A Amazon usa 16 princípios de liderança para manter nossa cultura de inovação, orientar a forma como abordamos as decisões de negócios e manter o cliente no centro de todas as decisões que tomamos.

Um desses princípios é ter iniciativa. Acreditamos que a velocidade é importante nos negócios. Muitas decisões e ações são reversíveis e não demandam estudo aprofundado. Valorizamos assumir riscos de forma calculada que possibilite o progresso. Combinado com outros princípios, como “pensar grande” e ser capaz de “discordar e comprometer-se”, o “ter iniciativa” permitiu à Amazon oferecer inovações em grande escala que beneficiam nossos clientes. As pessoas podem discordar, mas, uma vez tomada a decisão, todos devem se comprometer com ela. Isso economiza tempo, pois evita que uns tentem convencer os outros.

Estas são algumas formas de começar:

Comece com uma fatia vertical de uma área de negócios ou aplicação

Se você está começando sua jornada com a transformação tecnológica, comece mudando uma fatia vertical de uma área de negócios ou de uma aplicação para a produção na nuvem. É provável que isso logo revele aprendizados que beneficiarão outras áreas. Um exemplo de baixo risco é migrar a intranet da empresa para a nuvem como ponto de partida. Se as coisas não correrem conforme planejado, os impactos serão limitados; se correrem, será uma vitória rápida. Lembre-se de adotar a iniciativa. Mesmo que o estado futuro não seja claro ou que haja lacunas nos processos ou nos conjuntos de ferramentas, isso ajudará a acelerar o aprendizado e a gerar ímpeto.

Opte por novos recursos que seriam proibitivos em outra situação

Enquanto executam roteiros aprovados, CIOs e CTOs buscam constantemente maneiras de permitir a experimentação e a inovação. Essa é uma oportunidade de apresentar novos produtos e serviços que possam impulsionar os negócios. Geralmente, gasta-se muito tempo e dinheiro para desenvolver esses recursos on-premises e, portanto, eles são candidatos ideais para iniciar uma jornada de transformação tecnológica. Criar uma plataforma de análise de dados para oferecer suporte a uma organização mais orientada por dados é um bom exemplo de um novo recurso adequado à tecnologia de nuvem moderna. Com a nuvem, as organizações podem implantar novos recursos de análise com relativa facilidade, permitindo rápida experimentação, melhor tomada de decisões e, principalmente, demonstrando o valor comercial dos esforços de transformação.

Tratar incógnitas como opções

O termo “paralisia por análise” é adequado quando se trata de transformação digital. As iniciativas empresariais tradicionais tendem a exigir análise, avaliação e definição rigorosas de estrutura, ferramentas e processos antecipados para minimizar o risco associado a incógnitas. Porém, ao longo de uma jornada de transformação, as organizações certamente enfrentarão situações em que a realidade não se alinhará aos melhores planos, e as decisões iniciais terão de mudar. Nessas situações, a nuvem oferece muita flexibilidade e pode apresentar oportunidades que não foram consideradas. Em vez de esperar para definir cada variável no processo, trate as incógnitas como uma oportunidade de testar, evoluir e “experimentar antes de comprar”. É provável que a solução resultante esteja mais alinhada aos requisitos do mundo real do que as abordagens teóricas planejadas inicialmente.


Começando pelo começo

O valor da transformação digital é inegável. Com uma organização capacitada, os dados que a tecnologia tornou acessíveis podem ser transformados em ação, experimentação, insights e resultados. Isso pode promover a agilidade e a resiliência organizacionais diante das mudanças nas necessidades dos clientes e dos cenários competitivos. Além disso, cria formas de as empresas se adaptarem mais facilmente com base no aprendizado, mitigando a necessidade de prever perfeitamente o futuro.

Cada transformação digital é diferente. Definir claramente os objetivos de sua transformação digital e mapear seus esforços de transformação em aspectos tecnológicos, operacionais e estratégicos pode ajudar a manter sua organização alinhada e no caminho certo. Por mais que o panorama geral pareça assustador, as transformações digitais são uma jornada composta por uma infinidade de pequenos passos que representam um progresso incremental. Pode ser difícil dar o primeiro passo, mas o importante é começar em algum lugar, de preferência com algo pequeno e de baixo risco. Na maioria das vezes, conseguir a primeira vitória serve para motivar as equipes e impulsionar iniciativas de transformação.


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